A
troca de experiências, o cunho de incentivo e o amor à camisola
foram as principais ideias trazidas ontem à noite ao Café com Experiências. Esta foi uma iniciativa realizada no âmbito do ’04
Encontro de Comunicação onde se destacou o registo informal de
três testemunhos de ex-alunas do curso de Comunicação Social da
Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).
Mafalda Brízida,
jornalista da TSF, Selma Manjee, ex-estagiária da TVI on-line, e
Graça Veiga, Coordenadora do Serviço de Informação e Divulgação
da Câmara Municipal de Abrantes, deram a conhecer aos presentes
as suas experiências no mundo do trabalho.
“O
amor à camisola: ou se gosta ou não se gosta, ou se apanha o
comboio ou não se apanha… ou se arregaça as mangas ou não…”. Foi
desta forma que Mafalda Brízida explicou como conseguiu, depois
de três meses de estágio, chegar a jornalista e produtora da
TSF.
A ex-aluna contou
que o seu estágio na TSF foi marcado por uma sombra de ironia:
“Sempre jurei a mim mesma que nunca iria para desporto, muito
menos para futebol”. No entanto, acabou por trabalhar na
cobertura do EURO 2004, área que não dominava.
A jornalista
referiu ainda que tirar um curso em Abrantes não é tão visível
como tirar em Lisboa ou no Porto. Contudo, não sentiu que
tivesse menos competência que aqueles que tiram o curso nas
grandes cidades. Pelo contrário, considerou sempre que estava ao
mesmo nível: “Não tenho vergonha absolutamente nenhuma de ter
tirado o curso em Abrantes, aliás tenho muito orgulho”.
Esta
ideia foi também partilhada por Selma Manjee. A ex-estagiária da
TVI on-line admitiu ter “engolido muitos sapos”, mas apesar
deste facto nunca teve vontade de desistir. Em tom de desabafo,
Selma revelou ainda que chegou a trabalhar 14 horas diárias e
que, apesar da linha editorial da televisão onde estagiou “não
ser a melhor”, teve a oportunidade de enriquecer a sua formação:
“Aprendi muito com a TVI”.
Por
sua vez, Graça Veiga – um caso particular uma vez que já se
encontrava a trabalhar na autarquia quando iniciou a sua
formação no ensino superior – referiu que com o curso conseguiu
aprender a defender melhor as suas ideias e a “desenvolver um
trabalho com mais competência”. Explicou ainda que, neste
momento, sente-se mais preparada para lidar com os jornalistas e
que tem mais facilidade em perceber quais as suas necessidades e
métodos. Convicta da importância do jornalismo regional, alerta
ainda para a necessidade dos actuais alunos apostarem nesta
área.
CONCLUSÕES DO
ENCONTRO
Apesar
da sala não se encontrar completa, este espaço ficará recordado
na memória dos alunos como um incentivo para enfrentar as
dificuldades que se adivinham num futuro próximo. “Não podemos
virar costas às dificuldades. Temos de lutar e demonstrar que
sabemos” - testemunhou Graça Veiga.
As três convidadas
elogiaram ainda a curso que frequentaram, realçando que “está
bem formulado” e que “a componente teórica é pesada, mas dá
muita bagagem. É uma mais valia”.
Sónia Simões,
ex-aluna da ESTA e jornalista do “Correio da Manhã”, foi outra
convidada para o Café com Experiências. Contudo, apesar de não
ter estado presente por motivos de trabalho, fez questão de
deixar uma mensagem aos seus antigos colegas: para estar no
jornalismo é necessário, acima de tudo, gostar muito do que se
faz. |