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Inédia

Público
CM Abrantes
 

Os novos caminhos do jornalista

Vista parcial da Mesa

“Mudámos porque o mundo mudou!” Foi o que aconteceu com o Público. Apesar de os valores serem os mesmos desde a primeira edição em 1990, este jornal diário sentiu uma necessidade de mudança. No âmbito do ’06 Encontro de Comunicação, João Porto, administrador do Público, explicou que a mudança foi feita com o objectivo de adaptação aos hábitos das pessoas. Segundo este responsável, o recente reposicionamento editorial, gráfico e de procura dos novos públicos baseia-se em constatações: baixos níveis de literacia, menor tempo de leitura e preferência por histórias curtas e relevantes. Para reforçar a ideia do “rebranding”, João Porto afirmou: “Somos uma marca de informação, não somos só jornal em papel.”

Inserido no segundo painel do ´06 Encontro de Comunicação Social, sob o tema Comunicação do Século XXI, o administrador do Público focou o seu discurso na base da renovação da nova imagem do jornal. E, porque o mundo mudou, já não é só uma questão de estética do jornal, mas também de mudar a forma de fazer jornalismo, se este quer sobreviver. Foi o mote para abordagem jornalística, num painel intitulado “Os órgãos de comunicação social em mudança”, que contou com a presença de Dulce Neto, editora do Público, Patrícia Fonseca, jornalista da Visão, e Raquel Abecassis subdirectora da Rádio Renascença (RR).


Num mundo de consumo imediato, as pessoas escolhem aquilo que querem, não há papel para mediadores. “O jornalista deixa de ser mensageiro e passa a ser polícia sinaleiro”, referiu Dulce Neto, fazendo alusão ao facto de as pessoas, hoje, quererem tudo de forma rápida e dividida, para que o leitor tenha uma leitura fácil, clara, simples e directa. A editora do Público acrescentou, ainda, que hoje em dia o jornalista deve ser versátil. “Não podemos ser só jornalistas da escrita, mas temos também de ser jornalistas multimédia” – disse Dulce Neto.


Como aconteceu com o Público, também a Visão sofreu uma remodelação recentemente, tanto a nível gráfico, como a nível de conteúdos. Para Patrícia Fonseca, “era preciso mudar porque a revista tinha um ar pesado”. E acrescentou: “Tínhamos de encontrar novas formas mais atractivas de passar a mensagem, recorrendo à grande reportagem, ao fotojornalismo e à fotografia”. Segundo a jornalista, “a remodelação procura tornar interessante o que é significante”.


“Com as novas tecnologias, nomeadamente, com os novos meios digitais, casos do IPod e o MP3, as pessoas já não precisam da rádio para ouvir música. Podem fazer a sua própria rádio”, explicou Raquel Abecassis. Para a subdirectora da RR, o caminho da rádio talvez seja o regressar atrás, “fazendo uma reinvenção dos directos”, assegurou a jornalista. Tal como Dulce Neto, também Raquel Abecassis acredita que o jornalista no futuro deve ser capaz de ser profissional de rádio, televisão e imprensa, mas “sem nunca esquecer a capacidade de fazer rádio, apesar de ter de se adaptar aos novos mercados”, asseverou Raquel Abecassis.



Isabel Delgado

Ana Margarida Batim

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