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O Sigilo Profissional “só é quebrável nos casos previstos no Processo Penal”
Ministro dos Assuntos Parlamentares encerra 05’ Encontro de Comunicação 
“A liberdade de imprensa tem como condição essencial uma regulação independente”, foi o mote dado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, na cerimónia de encerramento do 05’Encontro de comunicação. O ministro, responsável pela tutela da comunicação social, dirigiu o seu discurso aos estudantes de jornalismo presentes no auditório, abordando a Constituição da República (nos artigos 37 e 38) que consagram os deveres, direitos e liberdades do jornalista. Doutorado em Sociologia da Cultura e da Comunicação, Santos Silva, considera que a informação “deve respeitar os conjuntos de liberdades, direitos e garantias”, reforçando a ideia de que a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) – que tomou posse no dia 17 de Fevereiro na Assembleia da República, numa cerimónia envolta em polémica devido à ausência do Sindicato de Jornalistas (SJ) –, deve ser eficaz, para “não ficarmos diminuídos na liberdade de expressão”. Considerou, ainda, que a regulação é a outra face da liberdade de expressão. A isenção e independência do jornalista mereceram também a atenção de Santos Silva, para quem o Sigilo Profissional é um dever deontológico, “só quebrável nos casos previstos no Processo Penal”. Falando a estudantes de Comunicação Social, apresentou-lhes três “antídotos” para combater “o vírus da parcialidade e da dependência jornalísticas”: Separação do facto enquanto objecto de notícia e enquanto consequência político-social, separação entre informação e entretenimento, aludindo ao “info-entertainment” visível na televisão e na rádio, e separação da informação e espectáculo. Para um exercício salutar da futura profissão, o Ministro dos Assuntos Parlamentares recomendou aos estudantes uma leitura imparcial e um cumprimento isento do Código Deontológico dos Jornalistas. Miguel Pinto dos Santos, Director da ESTA, apresentou um balanço do evento, agradecendo a todos quantos colaboraram e prepararam o Encontro, tendo destacado o papel desempenhado pelos alunos, e deixou o desafio para o próximo ano: “Voltaremos a encontrar-nos para o 06’ Encontro de Comunicação, ainda melhor”. A última intervenção coube ao Presidente do IPT, António Pires da Silva, que considerou a presença do ministro como apoio e incentivo, e ao mesmo tempo responsabilização num momento difícil para o Ensino Superior. Depois de agradecer e relevar a capacidade de realização da ESTA, António Pires da Silva enumerou toda uma série de projectos que o IPT está a desenvolver em parceria com o tecido empresarial da região, bem como anunciou a implementação do Centro de Incubação de Ideias e Negócios do IPT, que pretende ser uma aposta no relacionamento com as empresas. Quanto ao futuro da ESTA e do IPT, Pires da Silva pediu a colaboração de todos: “Para melhor explorarmos as oportunidades, contamos com todos vós. Podem também contar connosco”. Responsabilidade Social No último painel do 05’Encontro, dedicado ao tema “Responsabilidade Social: Comunicação ou Intervenção?”, discutiu-se a crescente valorização e a construção do valor de uma empresa. “A comunicação ao serviço da gestão” é, para Ricardo António, da agência “Companhia do Texto”, o principal papel das agências de comunicação. “É necessário criar pontes entre as empresas e os seus públicos”, afirmou ainda, referindo-se à importância das empresas em gerir riscos. Sabe-se que não há responsabilidade social se também não houver ganhos entre as empresas e o público-alvo. “O sucesso do desenvolvimento sustentável, está dependente da sensibilidade dos grande públicos”, afirmou Maria Vasconcelos, da agência “Sair da Casca”. Não há responsabilidade social sem comunicação e sem transparência. Cabe aos media educar, informar, dar destaque a determinados conteúdos no sentido de uma mudança, para padrões de produção e consumo mais sustentáveis. Essa comunicação, que terá de ser permanente, ajuda a criar uma reputação. Embora se saiba, segundo os intervenientes, que existem empresas que o fazem para “um lavar de fachadas”, facilmente “desmontáveis” pois “tudo se descobre”. “Ainda são poucos os exemplos de acção abrangente integrada no plano estratégico das empresas”, concluiu Maria Vasconcelos. Workshop sobre Técnicas de Apresentação para Audiências Francisco Mendes, formador do workshop sobre Técnicas de Apresentação, em pela Dynargie, empresa suíça de consultoria e formação, que apresenta às organizações uma série de opções de evolução e mudança. O seu principal objectivo? “Tornar as pessoas felizes e aumentar a qualidade de vida”. A partir desta afirmação o workshop tem início, focando-se sobretudo na questão da apresentação, da forma como se estrutura e das técnicas que a tornam eficaz. Quando se comunica são três os entraves à sua prossecução: a crítica, a confirmação e a justificação. Numa apresentação é importante que se critique, desde que, numa lógica construtiva. No entanto, a confirmação e a justificação sistemática tendem a diminuir e a revelar pontos fracos do apresentador que em nada valorizam o seu trabalho. Uma apresentação de qualidade exige: Preparação, Acção e Follow-up (PAF). O apresentador para ser bem sucedido deve ser: Dinâmico, Organizado, Corajoso e ter a capacidade de criar Empatia (DOCE). Perante o sucesso ou o fracasso a atitude do apresentador deve ser a de Análise e a de encontrar no obstáculo um ponto de apoio. A estrutura ideal de uma apresentação (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão) deve ser capaz de criar pontos de interesse, para “segurar” a audiência e evitar que a apresentação enfraqueça. No final a conclusão terá que dar lugar a um debate. E como reagir perante as críticas? Nestes casos o melhor a fazer é seguir a técnica do “Aviso de Recepção”, ou seja, Escutar, Reformular, Responder e Relançar – Efeito-espelho, Testemunho ou Eco. Numa comunicação é importante tornar acessível a sua percepção. Assim os primeiros cinco minutos são únicos e de capital importância, uma vez que não se repetem e determinam toda a acção consequente. É também preciso estabelecer as diferenças entre emissão e recepção, comunicar e falar (linguagem verbal e não-verbal). O workshop revestiu-se também de uma componente prática que desafiava os seus participantes a conseguirem num espaço limitado de tempo, escolher um tema, aprofundá-lo e em três minutos apresentá-lo, tendo por base todas as técnicas de apresentação que aprenderam. O sorriso e a visível satisfação de todos os participantes foram a prova de que a participação neste workshop não foi em vão. Para além desta sessão, os participantes no 05’ Encontro de Comunicação tiveram ainda a possibilidade de realizar um workshop de Clipping: Monitorização, Gestão e Análise de Informação Noticiosa com administradora da empresa Manchete, Fátima Rebelo.Os participantes foram divididos em grupos de trabalho, que puseram em prática um pouco da actividade que a Manchete desenvolve. Texto de João Vieira com: Ana Lobinho Maria José Vaz Madalena Gonçalves Miguel Geraldes Nuno Carola Foto: Liliano Pucarinho
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