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“Onde existe televisão, existe democracia”
“A televisão é um poder que se não for bem dominado, pode-se voltar contra os seus manipuladores.” Esta foi uma das afirmações de Jacinto Godinho, jornalista da RTP, durante o debate com Francisco Veres Machado, realizador de cinema, e moderado por Rui Capitão, docente na ESTA, na sequência de uma sessão onde foi exibido o filme “Network”, do realizador Sidney Lumet.
Hoje em dia existe uma ideia generalizada de se olhar para a televisão como algo demoníaco. Um dilema entre anjos e demónios. “A televisão tem algo de bom e mau, mas nunca deixou de seduzir. Sendo um dos veículos das sociedades democráticas, onde existe televisão, existe democracia”, defende o jornalista da RTP. Ideia contrária tem Francisco Machado. Para o realizador de cinema “a televisão é globalizadora, mas de modo algum democratizadora. É com a força dos media, enquanto quarto poder, que nos devemos preocupar.” Numa palestra marcada pela dicotomia entre cinema e televisão, Francisco Machado defendeu que “o entretenimento conseguiu tomar conta da informação. A democracia foi conquistada pelo capital”, numa clara alusão à lógica das audiências. Para Jacinto Godinho, “esta lógica pode ser considerada perversa.” Numa sociedade de consumo imediato, Francisco Machado defende que “não temos tempo para processar a informação, para criticarmos, e a televisão aparece-nos como um instrumento de relaxe. Quando vamos ao cinema, vamos predispostos para algo, o que não acontece em relação à televisão.” Jacinto Godinho, por outro lado, defende que “o cinema perde quando se torna em objecto televisivo, devendo ser trazido para a televisão numa perspectiva de debate”. Bruno Ramalho Pedro Nicolau
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