Metro não quer concorrer com o Público
05’ Encontro de Comunicação debate sobre Imprensa Gratuita “Se a imprensa gratuita começar a marcar a agenda política do dia, então os jornais pagos deverão começar a preocupar-se”, disse Paulo Ferreira, sub-director do diário Público, no painel “Imprensa Gratuita” do 05’ Encontro de Comunicação na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).
Nuno Henrique Luz, director do jornal Metro, sublinhou que o objectivo dos jornais gratuitos não é concorrer com a imprensa paga, como o Público, mas sim captar os leitores que não se identificam com este tipo de imprensa: “O Metro não quer ser igual ao Público, o Metro quer ser igual ao Metro”. Por sua vez, João Manuel Rocha, jornalista do Público, acrescentou que os jornais gratuitos incentivam as pessoas a ler, aumentando desta forma hábitos de leitura. O surgimento deste novo meio não implica o fim dos jornais tradicionais. “Obriga o último a evoluir, a repensar a sua política editorial, podendo haver até uma complementaridade”, explicou João Manuel Rocha. A concorrência entre estes dois tipos de imprensa verifica-se a nível comercial com a luta pelos anunciantes. Já a nível editorial as diferenças são menos acentuadas. Paulo Ferreira, também docente da ESTA, exemplificou mostrando que as manchetes do dia, nos jornais Público e Metro, faziam referência aos mesmos assuntos. A palestra contou ainda com a presença de Luís Landerset Cardoso, do Obercom, que explicou que a imprensa gratuita tem características semelhantes às da imprensa tradicional. Exemplo disso são as secções de uns e outros jornais. No entanto, Landerset Cardoso argumenta que na imprensa gratuita não há análise, não há reflexão, não há investigação profunda, não há contextualização. Workshops sobre Técnicas de Pivot e Estudos de Mercado “Os jornalistas têm de vestir um ideal que está na cabeça das pessoas”. Esta foi uma das afirmações que marcou o workshop de Técnicas de Pivot, uma das componentes do 05’ Encontro de Comunicação. A sessão foi orientada por Miguel Caldeira, jornalista da SIC e formador do curso do CENJOR. Escrita televisiva, edição de peças e as atitudes do jornalista perante as mais variadas situações de directos foram alguns dos temas expostos para um exercício prático que posteriormente foi desenvolvido pelos formandos. No workshop de Estudos de Mercado orientado por Cármen Castro da Metris GfK foi dado a conhecer as várias fases pelas quais um produto passa antes de ser lançado num mercado. “Portugal é um país com pouca direcção”, realçou a formadora explicando que na realidade portuguesa as marcas não têm poder para mudar os anúncios das empresas multinacionais. Por vezes estes não se encaixam no mercado português porque os seus estudos não estão direccionados para as preferências dos consumidores. Mesmo sendo de âmbitos diferentes os dois workshops defendem que a imagem é importante para atingir o público-alvo: “A imagem do jornalista e a imagem da marca a ser estudada são os pontos fulcrais para estes terem sucesso no mercado”. Ana Lúcia Sousa com: Ana Lúcia Jorge Cláudia Costa Inês Santos e Ana Pinheiro
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